O longa O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho e estrelado por Wagner Moura, chegou aos cinemas brasileiros em 6 de novembro já cercado de expectativa. Além de marcar o retorno do cineasta às telas após o impacto de “Bacurau”, o filme também foi escolhido para representar o Brasil no Oscar 2026, na categoria de Melhor Filme Internacional.
Ambientado em 1977, o longa acompanha Marcelo, um especialista em tecnologia que retorna ao Recife e acaba envolvido em uma trama de espionagem e vigilância política. A narrativa mistura paranoia, memória e resistência, reforçando a marca de Mendonça Filho: filmes que unem crítica social e linguagem cinematográfica sofisticada.
A indicação nacional impulsiona ainda mais o filme no circuito internacional. A campanha começou cedo, ainda no Festival de Cannes 2025, onde Kleber Mendonça Filho venceu o prêmio de Melhor Diretor e Wagner Moura recebeu o de Melhor Ator, reconhecimento que ampliou o impacto da produção entre críticos e festivais estrangeiros. A produtora Emilie Lesclaux afirmou que a equipe está comprometida em “representar bem o país e a força do cinema brasileiro” durante o percurso até a Academia de Hollywood.
A boa recepção não se limita aos festivais. A revista Variety já inclui Mendonça Filho entre os nomes cotados à indicação de Melhor Diretor, enquanto análises do site Gold Derby apontam possibilidades também para Wagner Moura, Roteiro Original e até Melhor Filme Internacional. Ainda assim, a escolha brasileira não garante vaga automática: é agora a Academia dos EUA que decidirá os indicados oficiais.
O entusiasmo da equipe é acompanhado por outras vozes do cinema nacional. O diretor Walter Salles elogiou o longa e destacou sua dimensão política e afetiva, afirmando que a obra articula “paternidade, memória, resistência e poder”. Esse conjunto tem reforçado a posição do filme como uma das apostas mais fortes do Brasil na corrida ao Oscar dos últimos anos.
Análise — por que essa campanha importa:
A trilha de O Agente Secreto representa um momento relevante para o cinema brasileiro. A força da obra em festivais internacionais cria oportunidade rara de ampliar a visibilidade da produção nacional, sobretudo em um ano de renovação do interesse global por narrativas políticas e históricas. A escolha também aponta para um movimento de resgate da memória e de afirmação cultural, temas que podem ressoar com membros da Academia e torná-lo um competidor expressivo.
Com reconhecimento crítico, prêmios consolidados e uma campanha articulada, O Agente Secreto reúne elementos que colocam o Brasil novamente no radar das grandes premiações. A cerimônia do Oscar 2026 está marcada para 15 de março, e até lá o filme deve seguir ampliando sua presença internacional — e sua torcida.
Fonte: Agência Brasil; Agência Gov; Wikipedia; Variety; Gold Derby.